Li estarrecido uma entrevista de José Pacheco concedida para o site Revista Ensino Superior, para a repórter Marina Kuzuyabu. O título da matéria já me causou estranheza “José Pacheco: aula não ensina, prova não avalia”. Negar essa fala é direto e simples. A minha própria vivência como educador já me faz afirmar o contrário: aula ensina, prova avalia. Mas, o que se percebe em toda a teoria envolvida na tão comentada Escola da Ponte, principalmente no Brasil, é que há ali um Paulo Freire aplicado. Sim, Paulo Freire. A esse devemos nos debruçar em estudos e leitura. A ponto de poder afirmar: Escola da Ponte = Paulo Freire aplicado. Não há na Escola da Ponte inovação alguma. Escolas que trabalham com várias séries ao mesmo tempo, não é novidade. As escolas rurais no Brasil por muitos anos se depararam com essa realidade. Outro marketing são os vários vídeos de visitas na escola, em que se afirma "aqui todos são felizes". Descobriu a fórmula da felicidade escolar? Isso é possível? Difícil acreditar. Quanto à educação humanista ela é perfeitamente possível no nosso modelo tradicional. É preciso na educação que haja um equilíbrio, que seja possível, que seja universal. Quanto ao que ocorre no Brasil é uma questão multifatorial, que também passa pela escola. E a educação é a única solução possível. Mas, uma educação que seja nivelada por cima, e não da forma como está. A mim me parece muito cinismo afirmar "Aula não ensina, prova não avalia", quando na própria Escola da Ponte há aula e há avaliação, de uma forma diferenciada, mas tanto a aula quanto a avaliação estão presentes.
Benedito Cesar Silva
Pedagogo
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